quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cursistas do Pró-Letramento- Ouro Preto do Oeste - RO

Saudades de vocês 

Onde vocês estão? rsss

Cadê aquelas amigas que sempre estavam animadas??
Buaa!!!  saudades dos encontros... nossas brincadeiras... nossas leituras... Mas, vamos postar as  atividades, ok?
Beijos de LUZ no coração de cada uma.

Tutora: Profª. Ma. Cleuza Silvério da Silva

quinta-feira, 21 de junho de 2012

FAZENDO POESIAS

Atividades desenvolvidas com alunos do 4º ano B da Profª Fátima Barros na Escola Aurélio Buarque de Holanda Ferreira referente as oficinas desenvolvidas no PRO-LETRAMENTO.



PARAÍSO

Nº 1
Se esse bosque fosse meu
Proibia as árvores cortar
Para os pássaros poder morar ( Grazieli)

Nº2
Se esta rua fosse minha
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas de brilhantes
Só para o meu amor olhar, brincar,
Observar e se encantar (Schaiany)

Nº3
Se esta mata fosse minha
Eu não deixava derrubar
Porque isso não se faz
Aqui é um paraíso
Que Deus fez para nós.
Se esse jardim fosse meu
Eu mandava aguar
Para as flores não murchar (Natany)

Nº4
Se esta casa fosse minha
Eu arrumava ela todinha
Com pedrinhas de brilhantes
Para o meu amor chegar.
Se esta praça fosse minha
Eu limpava ela todinha
Para ficar bem bonitinha.
Se esta mata fosse minha
Eu não deixava ninguém cortar
Cuidaria com carinho
Para o meu amor elogiar. ( Juliana)

Nº5
Se esta escola fosse minha
Eu mandava parar de brigar
Porque se não todo mundo vai se matar
E se todo mundo se matar
Não vai ter ninguém para brincar
Não vai ter ninguém para brincar
E todo mundo vai chorar
Pedindo alguém para brincar
E assim todos os corações tristes vão ficar. (Vitor Ribeiro)

Nº5
Se esta rua fosse minha
Eu mandava construir
Com ouro e com prata
Para a gente se divertir.
Se este dinheiro fosse meu
Eu mandava gastar
Para comprar um carro
E ficar andando pra lá e pra cá.
Se esse carro fosse meu
Eu mandava vender
Compraria uma moto para sempre vencer.( Paulo Victor)

Nº6
Se este rio fosse meu
Não deixava lixo nele jogar
Nº6
Se este rio fosse meu
Não deixava lixo nele jogar
Mandaria jogar lixo em outro lugar
Porque os peixes precisam respirar.(Elessandro)

Nº7
Se este terreno fosse meu
Eu mandava construir
Um jardim tão bonito
Só para mim.
Se esta mata fosse minha
Eu mandava proteger
Se derrubarem as árvores
Onde os pássaros vão se esconder?( Kimberli)

Nº8
Se este mundo fosse meu
Eu cuidava dos mares
Para os barcos conseguirem navegar
Levando as pessoas para passear. (Elian)

Nº9
Se este ventilador fosse meu
No último eu mandava ligar
Só para me refrescar . (Glivini)

Nº10
Se esta mata fosse minha
Eu não deixava derrubar
Se cortarem todas as árvores
Como é que vamos respirar?(Alan)

Nº11
Se este quadro fosse meu
Eu mandava arrumar
Para os alunos poder estudar.
Se esse lápis fosse meu
Eu mandava apontar
Para eu utilizar, quando dele precisar.
Se essa cama fosse minha
Eu mandava concertar
Para quando for dormir
Poder descansar. ( Esteffany)

Nº12
Se esse mercado fosse meu
Eu mandava arrumar
Para o pessoal ir comprar.
Se essa cadeira fosse minha
Eu mandava arrumar
Para todo mundo descansar.
Se esse banheiro fosse meu
Eu mandava arrumar
Para todo mundo usar. (Mycon)

Nº13
Se esta casa fosse minha,
Eu queria tudo em ordem
Cada coisa em seu lugar
Com pedrinhas de brilhantes
Para meus pais em paz morarem.(Amábili)

Nº14
Se este ar fosse meu
Eu mandava cuidar
Para todos conseguirem respirar. (Wigna)

Nº15
Se esta casa fosse minha
Eu arrumava ela todinha
E muitas flores eu plantava no jardim. (Daiane)

Nº16
Se esta casa fosse minha
Eu mandava sim limpar
Com cuidado para não me machucar. (Paulo Henrique)

Nº17
Se este rio fosse meu
Eu mandava parar de poluir
Para todo mundo
Poder banhar aqui. ( Ronaldo)

Nº18
Se esta escola fosse minha
Eu mandava arrumar
para ter um lugar gostoso para estudar. (Lucivânia)

Nº19
Se este mundo fosse meu
Eu mandava reflorestar
Para os animais viverem
E poder ter um lugar para brincar.
Se essa rua fosse minha
Eu mandava limpar
E aí lixo no chão aqui ninguém vai jogar. (Ykaro)

Nº20
Se esta rua fosse minha
Não deixava poluir
Jogue lixo no lixeiro
Que a gente gosta assim.
Se esse bosque fosse meu
Proibia as árvores cortar
Para os pássaros terem onde morar.
Se essa casa fosse minha
Não deixava ficar suja
Limpava todos os dias
Com sujeira nem pensar.
Se essa praça fosse minha
Não deixava poluir
Jogue lixo no lixeiro
Que as crianças brincam aqui. (Gabriella)

Nº21
Se esta rua fosse minha
Eu mandava consertar
Para tirar esses buracos
ara ninguém se matar.
Se estas flores fosse minha
Eu regava elas todo dia

E não deixava arrancar
Pois são elas que me dão a alegria.
Se esta floresta fosse minha
Não deixava derrubar
Deixando derrubar
O verde do Brasil vai acabar. (Analice)

Nº22
Se esta rua fosse minha
Eu mandava arrumar
para ninguém se machucar.
e a cidade fosse minha
Gostaria de ajudar
rendendo os ladrões
Para não nos roubar.
Se a escola fosse minha
Arrumaria com prazer
Para as crianças poder aprender.
Se a escola fosse minha
Faria de tudo para acabar com a inveja
Faria de tudo para a amizade entrar.
Se o mundo fosse meu
Não deixava poluir
Os carros e caminhões mandava reconstruir. ( Ana Júlia)

Nº23
Se esta praça fosse minha
Eu mandava enfeitar com muitos rios
Para os peixes terem onde nadar.
Se este bosque fosse meu
Eu mandava ele gramar
Para eu e meus amigos pode caminhar..(Janaína)

Nº24
Se esta rua fosse minha
Eu mandava limpar
Para ter onde brincar.
Se esta praça fosse minha
Eu limpava todo dia
Para brincar sem se machucar. ( Sabrina)

Nº25
Se esta rua fosse minha
Não deixava poluir
Não jogar lixo na rua
Só para ver ela florir
Se o mar fosse meu
Não deixava poluir
Porque muitas pessoas tomam banho aqui. ( Márgila)

Nº26
Se esta bicicleta fosse minha
Eu não deixava ninguém andar
Cuidava com carinho
Para nela passear. (Jeferson)

Nº27
Se esta escola fosse minha
Eu mandava arrumar
Para todos contentes
Poder estudar
Se esta casa fosse minha
Eu mandava pintar
Para todos passarem
E me elogiar
Se esta mata fosse minha
Não deixava ser destruída
Porque os passarinhos ficariam sem onde morar. (Alice)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Parabéns professores cursistas do Pró-Letramento. Estamos na reta final do curso! Foi excelente estar com vocês, nesse período,. As experiências trocadas, foram maravilhosas.
Obrigada por compartilharem saberes.
Beijos de LUZ no coração de cada uma!
Prof.ª Ma. Cleuza Silvério da Silva

FOTOS - Atividade: A FADA DO TEATRO

                     A FADA DO TEATRO

Conhecer a história de Maria Clara Machado fez despertar nos alunos o interesse em ler os livros da mesma na biblioteca da escola e consequentemente o interesse pela leitura de forma prazeirosa.
1 - A FADA DO TEATRO
ANA BEATRIZ MAGNO
TODOS - Era uma vez uma menina que queria ser artista.

1 1 - Não uma artista como essas que aparecem na televisão e no cinema.
2 - Maria Clara Machado queria inventar histórias.
3 - Não histórias de livro como as que seu pai, o escritor Aníbal Machado, costumava escrever.
4 - Ela queria contar história de carne e osso, com personagem que se mexe na frente de nossos olhos.
5 - Leu sobre várias profissões e descobriu que só uma é capaz de tal magia:
1 - A do teatrólogo,
3 – 4 - Profissional que cria peças de teatro.
5 - Maria Clara Machado foi a maior teatróloga infantil brasileira.
2 – 3 - Escreveu mais de 30 peças,
TODOS -Criou mais de cem personagens eganhou uma montanha de prêmios.
4 – 5 - O segredo para conseguir tudo isso Maria Clara descobriu ainda pequena:
TODOS - a leitura.
1 - A leitura acende o pensamento. Só escreve bem, quem lê muito desde criancinha.
6 -Maria Clara Machado tinha 29 anos quando resolveu ir estudar em Paris,
2 - A capital mundial da arte. Voltou para o Brasil cheio de ideias.
5 - Em 1955, criou a peça Pluft, o fantasminha,
3 - História engraçada de um fantasma que tinha medo de menino.
4 - Maria Clara era assim:
TODOS - Gostava de inverter a ordem das coisas, de bagunçar os medos e as crenças da gente.
1 – 3 - Por isso, depois do fantasma medroso,
5 – 6 - Veio A bruxinha que era boa e tantos outros personagens saídos da cachola de Maria Clara.
3 – 4 - O personagem que ela mais gostava era o Vicente,
1 - O menino pobre da peça Cavalinho Azul,
2 - Um garoto pobre que carrega a gente para o mais rico dos mundos:
TODOS - O da imaginação.
3 - Maria Clara Machado tinha alma de professora.
4 - Em 1952, criou O tablado,
5 - Escola de teatro que formou um monte de atores que hoje são famosos,
6 - Como a Marieta Severo, a Cláudia Abreu, a Regina Casé, a Malu Mader e a Lucélia Santos.
TODOS - Seus alunos a chamavam de Fada Madrinha.
6 - Eles tinham razão.
5 - A teatróloga de sorriso largo morreu de câncer aos 80 anos, em 2001,
TODOS - Mas até hoje sua varinha de condão faz milagres: acende a alma da platéia. 








quinta-feira, 24 de maio de 2012


Da Vida ao Monumento
        Hoje, 17 de maio de 2012, conhecemos um pouco mais sobre monumentos, em especial sobre o que foi dedicado ao soldado da borracha, o seringueiro Francisco Pereira Rocha “Mingonga”.
       Já tínhamos visto muitas vezes, a tora de madeira com entalhe de pessoas- homem e mulher trabalhando riscando seringa, colhendo cacau, abanando, cortando árvore,  imagem também de caminhão carregado de tora, de homem indo pro mato com cachorro  entre outros. Mas nem todos sabiam de que se tratava.
       Descobrimos que trata-se da história de vida de um homem trabalhador que perdeu a esposa, morta no parto, deixando-o com um recém nascido mas que foi adotado por uma outra  família.
       
      Mingonga  era um trabalhador, mas por viver sempre alcoolizado tornou-se o “bicho-papão” para as crianças.
       A tristeza pela perda da esposa fez de Mingonga um alcoólatra e esse vício o levou a morte no ano de 1982 – atropelado na BR 364.
      Foi exatamente da madeira, tantas vezes riscada por Mingonga, na retirada do látex, que o escultor Toninho Geraldo homenageia MINGONGA.
      A escultura está localizada na Praça dos Migrantes, praça esta com o nome que fez jus a vida de Mingonga e de tantos moradores de Ouro Preto-RO.
     MINGONGA, Migrante, Seringueiro, Soldado da Borracha. Parabéns a você FRANCISCO PEREIRA ROCHA.
                                                             Cursistas PRÓ-LETRAMENTO
                                                             Alfabetização e Linguagem
                                                             Tutora: Cleuza Silvério

domingo, 20 de maio de 2012

Atividade do Fasículo 7

Esta é mais uma criação dos Cursistas do PRÓ-LETRAMENTO de Alfabetização e Linguagem de Ouro Preto do Oeste -RO, sob a tutoria de Cleuza Silvério. Esta foi uma atividade do Fascículo 7, da obra: Maria vai com as outras. Muito legal!!!!
Rosa

quarta-feira, 16 de maio de 2012

    Hoje estou feliz. Não que os outros dias eu não estivesse feliz, mas hoje é uma dia especial para mim. Estou conseguindo colocar em dias todas as minhas atividades, estou  postando no site ufpa todas as atividades que registrei no caderno, e que  não havia postado. 
     Tudo isso graças ao incentivo da Tutora Cleuza Silvério e a agilidade e companheirismo da coordenadora Soeli que resgatou o meu e-mail que, não sei como mas havia perdido. 
Acredito que agora tudo transcorrerá bem. Afinal... O aprendizado é de fato a melhor fase da vida e eu não quero perder por nada essa fase.
                                       Rosa B.

O LÚDICO NA SALA DE AULA

O LÚDICO EM SALA DE AULA

Esse é um trabalho da Prof. Eliete com sua turma, na Escola Horácio Carelli Mendes.
Como foi importante para os alunos esse momento!!!!
A hora do conto!
Postado por: Rosa Branca - Cursista PÓ-LETRAMENTO

terça-feira, 15 de maio de 2012



Olá professores cursistas do Pró-Letramento!
Estamos chegando ao final do curso. Que peninha!!!
Sentirei saudades dos nossos encontros... Das nossas quintas à tarde...
Das nossas leituras... De cada uma de vocês...
Obrigada por sua amizade.
Beijos de LUZ no coração de cada uma...
Saudades...
Tutora: Prof.ª Ma. Cleuza Silvério da Silva

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Estou com sono. Estou mesmo  com muito sono.
Meu Deus! Preciso que abra os meus olhos. 
Ainda tenho que postar.
Postar meus pensamentos antes que eu durma! 
Não para sempre, mas.... até amanhã de manhã.
Agora ...estou cansada.
Estou muitíssima cansada! O dia foi longo, projetos e mais projetos a concluir. Leitura e mais leitura a realizar. Não consigo fica um segundo sem estar lendo, quando não as palavras, lendo os fatos, opiniões, meus pensamentos. Lendo o tempo e o espaço, pequeno, apertado, curto.

Curto tempo para se fazer tamanho evento.
É.... mas estou contente.
eu sou gente
E gente cansa, desespera, espera e faz!

Nesse fazer... eu aprendo, tu aprendes, nós aprendemos juntos. E a vida fica assim...
tão colorida, tão completa de cores e matizes, cheia de vida, de participação, interação, integração.
É ..... como uma grande colcha, vai-se contruindo sonhos, saberes e fazeres. É A VIDA e A VIDA É MESMO BELA!

                                  Rosa Branca dos Santos de Oliveira
                                  Cursista PRÓ-LETRAMENTO/ 2012


 
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Oi turma do Pró-Letramento - Ouro Preto do Oeste-RO. Estou aguardando suas postagens.
Grande beijo.
Profª Formadora
Cleuza Silvério da Silva
Ma. Em Linguística

DICAS PARA MONTAR UM PORTIFÓLIO



Como desenvolver um Portifólio



Montando portfólios reflexivos


* Por que eu quero montar um portfólio?

1. Uso pessoal;
2. Uso profissional;
3. Para pesquisar minha prática.



Dicas para montar um bom PORTFÓLIO:


* Seja organizado;
* Crie sua marca = identidade artística (autonomia);
* Seja criativo;
* Registre e reflita sobre suas ações(olhando no seu portfólio pergunte-se sobre sua prática e métodos)



Montagem





Incluindo itens no Portifólio


* Registros escritos do professor e alunos;
* Fotografias das atividades e projetos (momentos mais significativos);
* Desenhos;
* Depoimentos dos colegas;
* Depoimentos dos gestores.



Registro


" O registro da reflexão sobre a prática constitui-se como instrumento indispensável à construção desse sujeito criador, desejante e autor do seu próprio sonho”. (MADALENA FREIRE)

"... registro é história, memória individual e coletiva eternizadas na palavra grafada." (ibidem)
1ª página: identidade artística;
2ª página: trajetória pessoal;
3ª página; dados da escola;
4ª página em diante: identifique as classes, séries nas quais você leciona, especifique se o portfólio será de uma ou mais turmas.

ARTIGO

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: CONTAR HISTÓRIAS FAZ MUITO BEM À SAÚDE


A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença. Ao ampliar esta visão, dissociando do modelo exclusivamente médico/doença para entender que o sujeito está inserido em um contexto, que o determina e é determinado por este, está falando também de cultura, meio-ambiente e vida social. O estilo de vida precisa ser levado em conta para que se entenda o sujeito como um todo e não fragmentado em especialidades. Quando alguém adoece não apenas aquele foco específico de sua doença está atuando neste indivíduo, mas todas as questões psicossociais que ao mesmo tempo estão interagindo nesse momento da vida da pessoa. A tradição oral, ou seja, a forma de estabelecer comunicação via palavra dita, seja em que meio for (rádio, orador, linguagem de sinais, televisão, filmes, teatro) é o objeto de observação deste ensaio. A intenção é pensar como a tradição oral interage com esse conceito de saúde definido pela OMS. Ao nascer uma pessoa, esta necessariamente está conectada ao mundo, a outra pessoa. O ser humano não se desenvolve ou sobrevive sem a influência cultural. Este ser já nasce com uma história desde pelo menos o momento em que é fecundado. Alguns tem essa história ainda mais ampliada, como é o caso das crianças amplamente desejadas e planejadas para nascer. Em algumas famílias e culturas existem crianças que antes de serem geradas já estão prometidas em casamento a outra pessoa e até mesmo a nossa existência é registro em carne e osso de milhares de pessoas atrás de nós que nasceram, se desenvolveram, tiveram filhos e morreram. Então, sobretudo os contos de primeira infância, ou seja, as narrativas que vão servir de alicerce para o desenvolvimento da criança, são determinantes no adulto que essas crianças serão um dia. Aprendemos ao longo da vida quem somos pelo que os outros nos dizem e aos poucos vamos criando novas fontes e constituindo a singularidade de cada ser. Não é interessante? Ao mesmo tempo em que somos constituídos por nossa comunidade, somos únicos ao nascer e ao longo da vida. Essa parece ser a grande dinâmica que vai nortear todo processo de crescimento em sociedade. O ser humano morre por falta de afeto e amor. Muitas vezes, a fragilidade física gerada pela miséria, pelas faltas de condições minimamente dignas de vida também ajudam a piorar isso, mas encontramos pessoas muito bem nascidas e com boas condições financeiras e que também estão adoecidas por falta de amor. O que é a baixa auto-estima senão uma dificuldade imensa de se sentir querido, amado e desejado pelo outro e por si mesmo do jeito que somos. O sucesso pessoal, profissional, adaptativo e criativo vai ser muitas vezes determinado pela qualidade de afeto, acolhimento e troca nas diferentes fases da vida. Um meio estimulante, portanto, não está necessariamente ligado a recursos financeiros ou classe social, mas sim, ao esforço de cuidado que uma criança recebe e que vai ser um alicerce ao longo de sua vida. Contar histórias é um ato de troca. Quem conta sempre está num momento de comunicação. Está sempre em interação com o outro. O contador precisa que o outro escute o que você conta e não é possível o contar sem isso. Isso se difere até da leitura pois esta pode algumas vezes ser um ato individual. Além disso, é uma atividade acalmadora que exercita a concentração e o ato de ouvir. Ajuda a aumentar o vocabulário e atiça a curiosidade por buscar novas histórias. Mas essa narrativa não é um dizer de qualquer maneira, mas um dizer que precisa necessariamente provocar o imaginário e a fantasia. É também um potente instrumento de estímulo a leitura, pois ao ampliar o universo imaginário através da palavra oral se cria a base para que isso também seja decisivo quando o sujeito aprende a ler. Aprender a ler, significa nesse contexto, aprender que um livro registra uma história, que está além de suas linhas e que se inicia muito antes do processo de alfabetização. Só assim, o livro passa a ser vivo e passa a efetivamente dar prazer ou provocar sensações. Se não conseguirmos provocar as sensações através das palavras, não conseguimos gostar de ler. Hoje no mundo globalizado, adoecido e massacrado que vemos por ai, é de novo o universo das histórias que podem nos ajudar a dar voz aqueles que precisam falar. Todo mundo, mesmo antes de nascer, já esta contando histórias, sendo personagem e ouvindo histórias e assim vamos ficar até o fim dos nossos dias.
*Artigo de Luciana de Mattos Tenório, psicóloga e contadora de histórias

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do conhecimento que já possui a respeito do assunto, do autor e do que sabe sobre a língua – características do gênero, do portador, do sistema de escrita… Ninguém pode extrair informações do texto escrito decodificando letra por letra, palavra por palavra.
Se você analisar sua própria leitura, vai constatar que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza para ler: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias, isto é, de recursos para construir significado; sem elas, não é possível alcançar rapidez e proficiência.
Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. Há estratégias de seleção, de antecipação, de inferência e de verificação.
Estratégias de seleção: permitem que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro “sabe”, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”; ou que nem sempre é o caso de se fixar nos artigos, pois o gênero está definido pelo substantivo.

* Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Se a linguagem não for muito rebuscada e o conteúdo não for muito novo, nem muito difícil, é possível eliminar letras em cada uma das palavras escritas em um texto, e até mesmo uma palavra a cada cinco outras, sem que a falta de informações prejudique a compreensão. Além de letras, sílabas e palavras, antecipamos significados.
O gênero, o autor, o título e muitos outros índices nos informam o que é possível que encontremos em um texto. Assim, se formos ler uma história de Monteiro Lobato chamada “Viagem ao céu”, é previsível que encontraremos determinados personagens, certas palavras do campo da astronomia e que, certamente, alguma travessura acontecerá.


* Estratégias de inferência: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que “lemos”, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se confirmam, e às vezes não; de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias.
Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferida em função do contexto: portadores, circunstâncias de aparição ou propriedades do texto.
O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com freqüência, até mesmo para inferir a intenção do autor.

* Estratégias de verificação: tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar – ou não – a compreensão é inerente à leitura.
Utilizamos todas as estratégias de leitura mais ou menos ao mesmo tempo, sem ter consciência disso. Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura, como estamos fazendo ao longo deste texto.
FONTE: PCN EM AÇÃO - ALFABETIZAÇÃO
Postado: Profª Cleuza Silvério da Silva
 Ma. em Linguística

ARTIGO


CONTOS DE FADAS
Fundamental é despertar nas crianças o gosto pela leitura

Os contos de fadas encantam e cativam crianças até os dias de hoje, com suas histórias fantásticas que, de uma forma indireta, as ensinam a aceitarem o medo, a perda, a conhecer o amor, o valor de uma amizade... Sem falar, é claro, das bruxas, fadas, lobos maus, príncipes encantados, princesas e tantos outros personagens que aparecem, geralmente para nos oferecerem alguma mensagem.
Os contos de fadas apresentam sempre um mundo de fantasia, às vezes, distante da realidade das crianças, outras, bem próximo, mas que alimentam seus sonhos e, por isso, fazem tanto sucesso.
A criança fica tão envolvida com a história que nos pede para repetí-la uma, duas, três vezes, quantas ela achar necessário. E é através dessas histórias que elas vão trabalhando dentro das suas cabecinhas e dos seus coraçõezinhos certos conflitos, buscam soluções, procuram respostas para aquilo que não está bem. O interessante, nesses casos, é que a criança pode se identificar com o personagem, transferir todos os seus conflitos para aqueles vividos na história, e por isso pede para repeti-la. Quando o problema estiver resolvido, ela simplesmente não pedirá mais esse conto. E nós, como professores, possuímos a difícil tarefa de ajudá-la a encontrar significados na vida.
A criança se envolve tanto com os contos de fadas que, muitas vezes, começa a viver como os
personagens. Quem nunca sonhou em virar uma Cinderela, ter uma carruagem e um lindo vestido e encontrar seu príncipe encantado, ou ser como Peter Pan, viver na Terra do Nunca e ser criança sempre? Todo esse processo faz parte da imaginação, da fantasia vivida durante a contação de história. Os assuntos tratados nos contos são reais, tais como os medos que a criança pequena enfrenta: medo do escuro, do cachorro, da mãe deixá-la na escola e não buscá-la mais, etc., medos que fazem parte da nossa vida e, de uma maneira ou de outra, aprendemos a enfrentá-los. E é claro, não se poderia deixar de falar no amor, presente nas histórias, o amor que um Príncipe, muito rico e bonito, sentiu ao ver pela primeira vez a jovem menina que calçava um delicado sapatinho de cristal e que atendia pelo nome de Cinderela. Esse mesmo amor aparece no conto da Branca de Neve, escrito pelos irmãos Grimm, onde uma linda jovem está adormecida em uma redoma de vidro na floresta e aparece um Príncipe que com um simples olhar se apaixona pela moça e com um beijo a faz acordar.
Existem temas polêmicos como na história contada pelos Grimm, Chapeuzinho Vermelho, onde a menina muito ingênua pára para conversar com o Lobo, sem saber que ele é mau, e acaba colocando a vida da sua vovozinha em risco. Esse conto mostra para a criança que não devemos falar com estranhos, que não se pode confiar em qualquer um... Encontramos temas como a fome, a carência, tanto alimentar como afetiva, tratada no conto João e Maria, também dos Grimm, onde, por falta de dinheiro, o pai e a madrasta deixam os dois filhos na floresta sozinhos,
para não vê-los morrer de fome. Só quando encontram a casa da bruxa, repleta de guloseimas, é que as crianças se acalmam, sem saber que os seus problemas estão apenas começando. Já o conto O Patinho Feio escrito por Andersen nos fala da diferença – de que não somos todos iguais – e faz com que a criança encontre a sua identidade, que perceba o quanto é capaz, que somos iguais como seres humanos mas cada um tem sua personalidade e individualidade, seu modo de ser.
Os contos de fadas ensinam as crianças a enfrentar os sentimentos, seja de perda, angústia, medo ou amor. Eles mostram que tudo passa, que sempre há uma Fada Boa (mãe, amigos, professora...) que nos ajuda a resolver os problemas, e que existem Lobos Maus (ladrões, seqüestradores...), que devemos tomar cuidado ao sairmos à rua e, o mais importante, que sempre teremos o amor de alguém, seja de um Príncipe Encantado (namorado) ou de um Pai (família), e que ela (fada) existe. Transmitem importantes mensagens, lidando com problemas humanos, encorajando o desenvolvimento e ao mesmo tempo aliviando preocupações.
A mensagem que os contos querem passar às crianças é que existem coisas na vida que são inevitáveis. Enquanto diverte, o conto está esclarecendo fatos sobre a própria criança, favorecendo o desenvolvimento da sua personalidade. Eles possuem a magia de nos falar em tristezas, desconfortos, revelações, amor, amizade... de uma forma prazerosa e aceitável. Tratam
da vida e da morte, da dificuldade que é deixar de ser criança e começar a ser adulto. Cultivam a
esperança, o sonhar, o acreditar naquilo que se deseja e, o mais importante, não nos tiram a ilusão de que existem finais felizes. Por isto nós, professores, temos o dever de levar para dentro
das salas de aula os contos de fadas, proporcionando aos nossos alunos momentos de fantasia, pois dessa forma também estarão criando o prazer pela leitura.
Uma história para prender a atenção das crianças e despertar a sua curiosidade deve estimular a sua imaginação. Ela vive os personagens. Ao explorarmos os contos de fadas com as crianças, estaremos ajudando-as a desenvolverem o seu intelecto, a tornarem claras suas emoções; estaremos oferecendo-lhes meios para reconhecerem suas dificuldades e, ao mesmo tempo, deveria ser uma atividade diária, alguns minutos durante a rotina, o ouvir por prazer. Não são necessárias cobranças após o conto, tais como desenhar a parte que mais gostou, fazer fantoches ou dramatizações.
O importante é ouvir, entender, fantasiar, discutir, perguntar, dar palpites, sugerir, opinar e, finalmente, gostar de ouvir para posteriormente gostar de ler.
O que pode e deve mudar, sim, é a maneira de contar histórias, bem como o tipo de recursos complementares do livro (fantoches, gravuras, varetas, avental, painel, entre outros), de modo que as crianças criem expectativas antes da audição do conto.
O que devemos fazer é proporcionar aos nossos alunos momentos de prazer. Só assim teremos adultos mais felizes e crianças leitoras.

TEXTO COM SENTIDO


TEXTO COM SENTIDO





Abandonar as chatas cartilhas, as famílias silábicas e enxergar o erro como expressão do processo de aprendizagem foram as principais inovações da Escola da Vila
Andréa Luize



Desde a implantação da Escola da Vila, uma das preocupações da equipe foi estruturar um trabalho baseado na proposta construtivista. Tarefa árdua numa época em que a concepção tradicional de ensino e aprendizagem era dominante! Passados esses anos, as contribuições desta instituição aos avanços da Educação têm sido fundamentais: o que fora considerado ousadia, hoje se mostra como um ponto de referência para as mais diversas escolas e profissionais. As idéias construtivistas acerca do processo de alfabetização vêm sendo cada vez mais divulgadas: as práticas tradicionais não mais encontram espaço onde se busca uma alfabetização atualizada e de qualidade.
Em 1983, a partir de um primeiro contato com as idéias apresentadas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, começou-se a repensar a prática cotidiana em sala de aula. Sabemos, atualmente, que um sujeito plenamente alfabetizado é aquele capaz de atuar com êxito nas mais diversas situações de uso da língua escrita. Dessa maneira, não basta ter o domínio do código alfabético - saber codificar e decodificar um texto: é preciso conhecer a diversidade de textos que circulam socialmente, suas funções e também os procedimentos adequados para interpretá-los e produzi-los. O processo de alfabetização, assim entendido, estende-se ao longo de toda a escolaridade e tem início muito antes do ingresso da criança na escola, em suas primeiras tentativas de compreender o universo letrado que a rodeia. Também implica tomar como ponto de partida o texto, pois este, sim, é revestido de função social - e não mais as palavras ou muito menos as sílabas sem sentido.


Transformações - As idéias trazidas pelas autoras citadas, entre outros pesquisadores, indicavam como a criança aprende, como constrói seus conhecimentos sobre a língua, mas não fornecia "modelos" de como atuar pedagogicamente para favorecer seus avanços. Da mesma forma, não mostrava como os diferentes tipos de textos deveriam ser trabalhados em sala de aula. Era preciso construir efetivamente intervenções pedagógicas adequadas, consistentes e condizentes com aqueles conhecimentos teóricos, o que só foi possível a partir de experiências, investigações e muita reflexão por parte dos professores.
Naquele período, o processo de alfabetização na Escola da Vila tomava como base a idéia de palavra-chave que era utilizada como unidade lingüística. A escolha dessas palavras não acontecia aleatoriamente, mas buscava-se um vocábulo que tivesse um real significado para o grupo-classe, que fosse extraído de suas experiências. As palavras apareciam na medida em que o grupo ia construindo sua história: TOMATE, SAPO, ZEZÉ, MENUDO, PIPA, VIVEIRO. O objetivo era sistematizá-las, tornando-as familiares ao grupo, para que as crianças pudessem, aos poucos, utilizá-las na escrita de outras palavras: era preciso que conseguissem decompor a palavra em sílabas e recompor essas sílabas em outras palavras: MEDO, MATE, MAPA…
É importante afirmar que a opção por essa metodologia já se mostrava inovadora, pois resultava na certeza de que a cartilha, e a concepção que traz consigo, não era o recurso mais favorável à aprendizagem da escrita, acima de tudo por ser destituída de qualquer significado e apresentar textos desconexos apenas para garantir a "memorização das famílias silábicas". Trabalhar com esse instrumento era acreditar que o ato de ler e escrever podia ser aprendido mecanicamente através do treino, da cópia repetitiva e principalmente da memorização. Essa não era a escolha da Escola da Vila!


Escrita espontânea - Foi através da leitura e análise do livro "Psicogênese da língua escrita", das autoras já referidas, que algumas mudanças na prática foram sendo estabelecidas. Em 1986, a Escola da Vila adotou a escrita espontânea, em que a criança é solicitada a escrever antes mesmo de dominar o código alfabético. Compreendeu-se que a criança, desde muito cedo, possui hipóteses em relação à forma como se escreve. Colocá-las em prática, confrontando-as com as idéias dos colegas e com modelos permite que avance até a conquista da escrita convencional.
Mesmo assim, a utilização das palavras-chaves era mantida, pois a concepção do que torna um sujeito alfabetizado ainda era restrita. Não havia clareza sobre o que fazer quando uma criança já estava alfabética (já lia e escrevia convencionalmente). A Escola da Vila ainda não havia estabelecido um procedimento para dar continuidade ao trabalho e, de fato, não se tinha idéia da amplitude do processo de alfabetização. Isso pode ser exemplificado pela cisão existente entre o trabalho que objetivava o domínio sobre o código alfabético e o trabalho com a produção de textos: a Escola da Vila acreditava que o primeiro deveria anteceder o segundo; não era clara a idéia de que aconteceriam paralelamente.


Escrita e linguagem escrita - Mais uma vez, a busca por respostas a tantas questões esteve atrelada às reflexões do grupo de profissionais da Escola da Vila, contando com a colaboração da pesquisadora Ana Teberosky, que realizou uma supervisão junto à equipe, em 1986. Dentre as várias contribuições trazidas por essa autora, uma das mais significativas foi a diferenciação entre escrita e linguagem escrita, consideradas, ambas, parte de um mesmo processo, o processo de alfabetização.
Para Teberosky, a escrita deve ser entendida como um sistema de notação, que no caso da língua portuguesa é alfabético (conhecer as letras, sua organização, sinais de pontuação, letra maiúscula, ortografia etc.). A linguagem escrita é definida como as formas de discurso, as condições e situações de uso nas quais a escrita possa ser utilizada (cartas, notícias, relatos científicos etc.).
Na prática, no dia-a-dia da sala de aula, tudo isso se concretizou em mudanças gradativas nas propostas e intervenções feitas junto às crianças. Em primeiro lugar, era preciso tomar por base o texto, e não mais as palavras-chaves, como o modelo que permitirá à criança construir conhecimentos sobre a escrita e suas formas de representação. O texto deveria ser o elemento fundamental para inserir a criança no universo letrado!
Além da escrita espontânea já introduzida anteriormente, também o trabalho com modelos, que permitem às crianças confrontarem suas hipóteses com o convencional, passou a ser considerado. Através de listas de palavras de um mesmo campo semântico (animais, comidas prediletas, personagens de gibi, brinquedos, jogos favoritos, nomes das crianças do grupo etc.), das parlendas e de outros textos, as crianças podem, hoje, ampliar suas concepções e avançar na aquisição da base alfabética, como também na compreensão de outros aspectos aqui inerentes (a grafia correta das palavras, o uso de sinais gráficos etc.).
Paralelamente, os diferentes tipos de textos precisam aparecer como objetos de análise em si mesmos, permitindo aos alunos diferenciá-los, conhecer melhor suas funções e características específicas. Para que isso se efetive, não só é necessário que saibam interpretá-los, como também escrevê-los (o que é de fato imprescindível!). A expressão pessoal - cartas, bilhetes, diários etc. - continua fazendo parte de nosso trabalho, mas acompanhada, na mesma medida, da escrita de outros textos, inclusive apoiada em modelos.
Todos esses avanços - e principalmente a concepção que temos hoje sobre a alfabetização - permitem caracterizar o trabalho realizado na Escola da Vila por sua qualidade. Também é importante lembrar que a preocupação com essa qualidade faz com que os profissionais que aqui atuam estejam em constante capacitação, a fim de aprimorar cada vez mais as intervenções pedagógicas realizadas e o atendimento às necessidades de cada criança.






ARTIGO

AS ESCOLAS ESTÃO TOMANDO CONSCIÊNCIA
LINO DE MACEDO

No Brasil, a valorização de um ensino por competências e habilidades na educação básica foi desencadeada pelo Enem. Para a formulação deste exame, de acordo com o proposto nas Leis das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ocorreram-nos as seguintes questões: o que a sociedade, a família e os próprios alunos podem esperar ao término do ensino médio?
O que levam para sua vida, do que aprenderam na escola? Qual é o valor de uma educação básica para todas as crianças e jovens do Brasil? Entendemos, então, que a melhor resposta para este tipo de avaliação externa seria verificar o quanto e o como os alunos sabiam pensar conteúdos disciplinares em termos de competências e habilidades a eles relacionadas.
O reconhecimento social desta forma de avaliação repercutiu nas escolas, lembrando-as de que conteúdos disciplinares se não transformados em procedimentos ou modos de compreender as coisas acabam esquecidos ou substituídos por outros. Recuperou-se, assim, o compromisso de se educar para a vida nos termos atuais.
Nesta nova perspectiva, os professores, designados pelas disciplinas em que são especialistas (matemática, língua portuguesa, história, artes etc.), devem se comportar como "profissionais da aprendizagem". O que era fim (os conteúdos disciplinares) agora são meios por intermédio dos quais os alunos aprendem a pensar, criticar, antecipar, argumentar, tomar decisões.
Valorizar competências e habilidades na educação básica significa compreender crianças e jovens como capazes de aprender noções básicas das disciplinas científicas, expressar pontos de vista, viver contradições ou insuficiências e construir autonomia.
Trata-se, de modo geral, de aprender a ser competente para trabalhar em grupo, defender posições, argumentar, compartilhar informações, participar e cooperar em projetos, definir, aceitar ou consentir em regras que organizam ou disciplinam o convívio escolar, respeitar limites de espaço e tempo. Trata-se, de modo específico, de aprender, por exemplo, a fazer cálculos para utilizá-los bem na resolução de um problema, que demanda compreensão, tomada de decisão, demonstração. Conhecer leis da biologia, química ou física entregando-se a suas verdades na prática, ou seja, reconhecendo que aquilo que está nos livros também pode acontecer na realidade.
Quanto mais uma sociedade é livre, democrática, aberta e sensível à diversidade dos interesses e possibilidades de seus integrantes, mais o exercício da competência é requerido em situações do cotidiano da vida. Maravilha, que ela (a escola) está tomando consciência disto.

LINO DE MACEDO é professor de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Educação do Instituto de Psicologia da USP e um dos formuladores do Enem
* Folha de São Paulo, 01/11/09
postado pela profª

ARTIGO

AS ESCOLAS ESTÃO TOMANDO CONSCIÊNCIA
LINO DE MACEDO

No Brasil, a valorização de um ensino por competências e habilidades na educação básica foi desencadeada pelo Enem. Para a formulação deste exame, de acordo com o proposto nas Leis das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ocorreram-nos as seguintes questões: o que a sociedade, a família e os próprios alunos podem esperar ao término do ensino médio?
O que levam para sua vida, do que aprenderam na escola? Qual é o valor de uma educação básica para todas as crianças e jovens do Brasil? Entendemos, então, que a melhor resposta para este tipo de avaliação externa seria verificar o quanto e o como os alunos sabiam pensar conteúdos disciplinares em termos de competências e habilidades a eles relacionadas.
O reconhecimento social desta forma de avaliação repercutiu nas escolas, lembrando-as de que conteúdos disciplinares se não transformados em procedimentos ou modos de compreender as coisas acabam esquecidos ou substituídos por outros. Recuperou-se, assim, o compromisso de se educar para a vida nos termos atuais.
Nesta nova perspectiva, os professores, designados pelas disciplinas em que são especialistas (matemática, língua portuguesa, história, artes etc.), devem se comportar como "profissionais da aprendizagem". O que era fim (os conteúdos disciplinares) agora são meios por intermédio dos quais os alunos aprendem a pensar, criticar, antecipar, argumentar, tomar decisões.
Valorizar competências e habilidades na educação básica significa compreender crianças e jovens como capazes de aprender noções básicas das disciplinas científicas, expressar pontos de vista, viver contradições ou insuficiências e construir autonomia.
Trata-se, de modo geral, de aprender a ser competente para trabalhar em grupo, defender posições, argumentar, compartilhar informações, participar e cooperar em projetos, definir, aceitar ou consentir em regras que organizam ou disciplinam o convívio escolar, respeitar limites de espaço e tempo. Trata-se, de modo específico, de aprender, por exemplo, a fazer cálculos para utilizá-los bem na resolução de um problema, que demanda compreensão, tomada de decisão, demonstração. Conhecer leis da biologia, química ou física entregando-se a suas verdades na prática, ou seja, reconhecendo que aquilo que está nos livros também pode acontecer na realidade.
Quanto mais uma sociedade é livre, democrática, aberta e sensível à diversidade dos interesses e possibilidades de seus integrantes, mais o exercício da competência é requerido em situações do cotidiano da vida. Maravilha, que ela (a escola) está tomando consciência disto.

LINO DE MACEDO é professor de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Educação do Instituto de Psicologia da USP e um dos formuladores do Enem
* Folha de São Paulo, 01/11/09
Postado: Profª. Ma. Cleuza Silvério da Silva-26-04-12